A grande perda em ser sempre o mesmo
A grande perda em ser sempre o mesmo
Não raro escutamos as pessoas orgulhosamente declararem: eu sou sempre o mesmo.
Talvez seja essa a declaração mais triste, porque sua afirmação é: perdi a oportunidade de me conhecer.
Não nascemos nos conhecendo. A consciência nasce aos poucos e se processa durante toda a existência humana.
O ato de se transformar é o que há de mais saudável no ser humano.
Ele se reveste de uma característica indispensável para que nos tornemos no ser único que é tanto nossa busca quanto nosso destino. E a vida sempre nos dá oportunidades para isso. Quer por bem, quer por mal.
Dar as costas à própria transformação é não buscar se conhecer.
A cada dia, dar um bom dia e muito prazer a si mesmo, é na realidade, chancelar o próprio crescimento individual.
Jamais nos conhecemos por inteiro e abraçar afetuosamente aqueles desconhecidos que em nós habitam, é prova inconteste de crescimento.
Decerto, essa é a razão pela qual Jung se refere a isso por Processo de Individuação
Efetivamente, ele não é estático e não finda, é o percurso de toda uma vida.
Jung declara: Minha vida é a história de um inconsciente que se realizou.
Nada mais revelador do que a finalidade de uma vida: a de lançar luz e assimilar os processos inconscientes desconhecidos da própria consciência.
Ele, destemidamente, o fez.
Retirar o quanto possível nossas projeções e devolvê-las ao seu lugar de direito é parte do processo.
Da mesma maneira, reconhecer nossa sombra, nem sempre agradável, mas igualmente aceitá-la e exercitá-la, é outra parte do processo.
Entretanto, nesse caminhar nos transformamos e vamos cada vez nos tornando seres mais autênticos. Mais realizados. Mais coerentes.
A cada passo do caminho, vamos retomando partes nossas vitais para nosso crescimento. Retiramos do outro aquilo que não lhe pertence, e vamos assumindo e nos enriquecendo com conteúdos que são nossos.
Caso não enfrentemos nossas realidades interiores, elas assumirão sempre a característica de destino. Sem dúvidas, retirando as rédeas de nossas vidas do controle de nossas mãos.
A vida, inexoravelmente, nos empurra a iluminarmos nossa própria escuridão.
Não existe rota de fuga. A pressão será sempre no sentido de nos tornarmos o que de fato somos.
Desperdiçarmos essa oportunidade é abrirmos mão de sermos o que de fato somos: Únicos.
Desejo para todos uma feliz e eterna transformação.
OBS: dia 5 de Maio às 10 horas da manhã, iniciaremos um novo grupo de estudos junguianos. Vamos nessa?
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